quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Histórias cortitas para você que tem preguiça de posts longos, como esse título.


Buenas,

Como o meu último post foi excessivamente grande, resolvi fazer um com pequenas historinhas que vivi aqui e achei interessante. Assim vocês não se cansam, podem ler só um pouquinho e pouco a pouco. Vou colocando as histórias conforme eu for lembrando – sim, sim, eu esqueci de ir tomando notas e, portanto, coloca-las em ordem cronológica seria impossível.


A primeira historinha é mais uma foto do que qualquer outra coisa e é a foto desse homem, com seus 50 anos, de terno preto e gravata andando de bicicleta pela tarde. Eu acho muito gostoso observar todo o tipo de gente que você pode imaginar andando de bicicleta pela cidade – desde aqueles que estão praticando ciclismo, até as senhorinhas, ou melhor, até eu porque as senhorinhas que andam de bicicleta aqui me fazem comer poeira! 


Falando em senhorinhas, fiquei surpresa ao ver um montão de gente jovem sentada no assento preferencial no metro sem sequer fazer menção de levantar quando uma senhora de mais idade chegou. Achei que os europeus eram mais educados, mas pelo visto isso não é bem assim! Pelo menos não aqui. Devo acrescentar que a velhinha que estava de pé não teve nenhuma dificuldade em ficar assim no metro, isso sim é diferente.


Domingo de futebol é domingo de futebol em qualquer lugar – as ruas perto do estádio ficam lotadas, os carros param no meio da ciclovia, todo mundo de todas as idades vestindo a camisa do seu time, quer dizer, eu acho que vestiam a camisa, porque a maioria levava casacos, mas se via algum cachecol ou lenço do grande Valencia Futebol Club! E lógico que eu só me dei conta do fato quando estava no meio da muvuca, com a bicicleta, tentando abrir espaço na multidão.


Outro dia aconteceu a coisa mais rara em todo universo: eu tive senso de direção! Sério. Vim de um lugar, dei umas voltas e parei em outro para comer e ao invés de fazer todo o caminho de volta, como eu sempre faço, eu pensei E acertei a direção do metro! Papai ficaria orgulhoso!


Se os espanhóis são mais receptivos que o resto dos europeus por serem latinos, eu não quero conhecer o resto da Europa! Na verdade, estou sendo injusta. O que me incomoda é que eles não se abraçam! Nadinha de nada, nenhum abraço. Eu sou a garota dos abraços, lembram? Estou mentindo de novo, que horror. Eu vi um dia no centro um grupo de pessoas andando por aí com um cartaz dizendo: abraços grátis. Se eu soubesse que era uma oportunidade única, não teria perdido. Eu hesitei e por um instante não pedi um abraço naquela hora mesmo. Tudo bem, agora eu conheci um pessoal da América Latina e eles sim dão abraços!


That's all folks, estou cansada e já já começo a escrever coisas completamente sem sentido. Já já volto com mais histórias.

Hasta luego!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Em busca de um NIE

Eu sei que fazer turismo é conhecer as partes históricas de uma cidade, saber o que se passou por ali, apreciar as construções moderna e admirar a paisagem, mas eu preciso admitir uma coisa: pouca coisa me deixa mais contente do que visitar um supermercado. Eu sei, mesmo em São Paulo ou em Ribeirão, eu adoro ir ao mercado, mas em um lugar estranho é mais gostoso ainda, ver o que tem de diferente, o que tem de igual, o que todo mundo compra, quanto custa isso ou aquilo aqui e, é lógico, levar para casa um monte de coisas curiosas! Não dizem que somos o que comemos, pois bem, eu gosto de ver o que o povo de cada país come, também como vem o seu sabão em pó, quais os cremes que estão no supermercado... sabe uma coisa curiosa? Eu não devo estar olhando direito, mas ainda não encontrei detergente por aqui! Procurei por tudo quanto é parte e nada... curioso, no mínimo! Hoje mesmo, estava feliz e contente no mercado, comprando protetor solar facial, queijo de cabra e iogurtes da marca que eu gosto (hmmmm), como recompensa depois de uns momentos estressantes, ou seja, após a minha saga em busca do meu NIE.
O NIE é o número de identificação de estrangeiros e eu preciso de um para ter acesso aos dados do paciente no hospital. Depois de muito pesquisar na internet, vi como tirar o bendito NIE e, bem, não é tão simples assim. Para começar, eles só retiram pedido das 10 às 14hs de segunda á sexta e o lugar fica far far away. Todavia, eu encontrei um lugar mais próximo – eles fazem NIE aqui na faculdade, onde fica o conjunto em que moro, a dificuldade é que aqui eles trabalham das 11 30 às 13 30 =/ alguém avisa esse povo que eu estou fazendo estágio e não posso simplesmente me mandar? Tudo bem, sai mais cedo do hospital hoje, passei de novo na “gráfica” para tirar uma cópia completa do meu passaporte - melhor garantir, já que eu ia perder o dia mesmo – e fui lá, com fotos, questionário impresso e fotocopias de tudo o que você pode querer em mãos.  O moço olhou para minha cara, olhou para os papeis, olhou para minha cara e perguntou para que eu queria o NIE. Tentei explicar que era uma exigência do hospital, mas ele não entendeu, perguntou se eu era aluna e expliquei que não, que eu estava fazendo um estágio no serviço de hematologia e era só, e então ele foi falar no telefone. Não, ele não fazia isso ali, ou melhor, ele fazia, mas só para alunos da faculdade politécnica. Custa informar isso no site? Bom, ele me deu o endereço de onde eu deveria ir e o que eu tinha que dizer quando chegasse lá (eu até escrevi com as palavras dele para não esquecer).
Então lá fui eu feliz e saltitante, quero dizer, preocupada e apressada, porque tinha que estar naquele lugar até às 14hs e já eram 13hs para o lugar onde eles dão informações e são mais simpáticos perguntar onde é que ficava essa tal rua. Acontece que era longe de onde eu estava e relativamente distante do metro, mas o moço me indicou o caminho e lá fui eu, quase correndo em direção ao metro. Até aí tudo bem porque qualquer um consegue se orientar no metro e era só algumas estações depois de onde eu desço para ir ao centro.  O problema foi quando eu sai do metro, não sei o que acontece, mas eu nunca saio pela saída certa. Olhei o mapa, olhei de novo e continuava sem saber para que lado ir, então escolhi um qualquer e fui procurando alguém para me dar informações. Parei um senhor que estava a passear com seu cachorro e sua mulher e perguntei, ele me falou um monte de coisas que eu não entendi, outras que eu entendi e fui seguindo para a direção que me apontou, mas no meio do caminho me dou conta de que o que ele falou não faz muito sentido, pelo menos não de acordo com o meu mapa. A rua estava certa, mas eu tinha certeza, ou melhor, as placas me diziam que eu deveria ir por outro. Lembrando do senhorzinho, decidi tomar o rumo que as placas indicavam – ainda bem porque era por lá mesmo.
Ainda um pouco perdida, consegui chegar no tal lugar – às 15 para as 14, diga-se de passagem. Fui encaminhada para uma sala logo ali e então sentei e esperei. Não com muita paciência, devo confessar. Finalmente me atenderam – não que tenha demorado muito, foi rápido, mas para mim pareceu uma eternidade e a moça me olhou do mesmo jeito que o outro cara – mas porque você quer isso. Lá vou eu tentar explicar e ela, de novo, não me entende. Pelo menos dessa vez eu tinha anotado o que eu precisava! Nesse momento eu já tinha sacado da mala uma pilha de documentos que eu julgava que poderiam ser necessários e a moça ia olhando meio que por cima, procurando algo que lhe interessasse... até que ela olha para mim e diz – ah, é aqui sim, mas você vai ter que voltar outro dia porque fechamos em dez minutos. Eu devo ter feito cara de quem vai chorar, se descabelar ou algo muito dramático, porque a mulher mudou de ideia no mesmo instante e disse que eu podia ir preenchendo o papel, desde que fosse rápido, que talvez desse tempo. Ah, a parte importante, eu deveria preencher com letras grandes e inteligíveis (ela disse isso enquanto olhava uma cópia do formulário já meio preenchida que eu trazia e me entregou uma cópia em branco – eu trouxe várias por precaução). No fim tudo deu certo e eu tenho que voltar lá em 10 dias para ver se o meu pedido foi aprovado, agora é esperar e rezar para que dê tudo certo e, enquanto isso, eu passo o tempo visitando os supermercados da cidade. Ok, ok os meus planos agora são visitar uma praça do centro que ainda não conheço e entrar no mercado municipal, que é um mercado e um lugar histórico!
Hasta luego, chicos!