domingo, 23 de outubro de 2011


Eu realmente não quero ir à faculdade amanhã. Não por preguiça, embora também um pouco, mas eu não quero voltar lá, pelo menos não por enquanto. Tudo começou na sexta feira, ou melhor, tudo desabou nesse dia, depois da minha prova de MI. Eu comecei a estudar para essa prova semanas antes, li tudoque tinha para ser lido, revisei as coisas antes da prova e fui incrivelmente mal. Mesmo. Quando sai, me senti o ser mais incompetende da face da Terra. Não vou mentir, foi difícil rever as coisas na véspera, eu estava desanimada, desmotivada e com sono, muito sono. Aliás, eu estava quase dormindo na prova, sequer sei se os professores vão entender o que eu escrevi.
Eu sei que é um motivo estúpido para ficar tão chateada, uma prova, uma nota. Eu sei que não é isso que define o que eu vou ser no futuro. De qualquer jeito,  nesse momento, é o único parâmetro que tenho para ver se estou no caminho certo e, ao que parece, eu não estou.
De repente, as lágrimas começaram a surgir. Uma atrás da outra e decidi voltar para casa, porque não queria fazer papel de idiota na frente de todo mundo, muito menos ter que me explicar. Para ser sincera, eu precisava ficar um pouco sozinha, chorar, colocar tudo para fora, sabe?
Entretanto, o meu dia ainda não havia terminado. No caminho de casa, eu escuto um moço dizendo para mim, “.....celular....”, como eu estava com o celular na mão e ele estava quase caindo, assumi que o rapaz queria me avisar que o objeto iria ao chão e repondi, “eu sei, estou segurando”. Daí seguiu-se a seguinte conversa, lembrem que eu estava soluçando de tanto chorar.
- Me passa o celular. – tudo em voz baixa, eu mal o escutava.
- Por quê? – nesse momento eu achava que ele queria fazer alguma ligação e precisava de um telefone.
- Me passa o celular, moça. – e foi aí que eu entendi que se tratava de um assalto.
- Vai embora, hoje não é um dia bom, só vai embora, por favor,
- Me passa o celular moça.
- Por quê eu tenho que te dar o meu celular? – foi então que eu comecei a elevar a voz, acho que eu seria capaz de gritar se a conversa durasse o suficiente.
- Me passa o celular.
- Por quê?
De repente, o moço, que estava em uma bicicleta, deu meia volta e subiu a rua. Foi só aí que eu comecei a sentir medo. Andei o mais rápido possível até em casa, olhando para trás o caminho todo com medo de que ele voltasse com alguns “amigos”. Fiquei apavorada, aquele é o meu caminho para a faculdade, o caminho que faço todos os dias e isso aconteceu em plena luz do dia, por volta de 11hs30min. Não é só o meu caminho, mas também o das minhas amigas, das pessoas que eu mais amo nessa cidade.
Voltei para a aula de carro nesse dia. Não tive coragem de ir andando. De qualquer jeito, amanhã é um novo dia e, como sempre, eu estarei na faculdade, depois da minha caminhada matinal que tanto gosto. Talvez as coisas nunca sejam como antigamente, talvez eu mal me lembre disso no final do ano. De qualquer jeito, eu realmente não quero ir à faculdade amanhã.

2 comentários:

  1. aposto que se vc tivesse pedido o celular do cara ele passaria por medo.

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  2. poxa, fico triste de não poder ter estado lá para rir na cara do cara em outubro... acho que todos temos dias ruins, e medo e inseguranças e algumas coisas são gatilhos da torrente de emoções que por vezes escondemos láááááá dentro e não queremos que ngn veja, nem nós mesmos. Mas ainda assim, acho que vc se saiu mto bem =D
    Gabi S.

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